O Pequeno Príncipe devolve a cada um o mistério da infância.
De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de
questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já
imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas
recordações. O reencontro, o homem-menino. Pela mão do pequeno princípe,
recupera a meninice abrindo uma brecha no tempo, volta a sentir o
perfume de uma estrela , a ouvir a voz de uma flor, a ver o brilho de
uma fonte, escutar os guizos das folhas batidas pelo vento. Quebra-se
por momentos a crosta que generaliza o outro em todos e torna as coisas
comuns e iguais para se descobrir os carneiros dentro das caixas, os
elefantes dentro das serpentes. Uma leitura inesquecivél para todas as
idades.
O Pequeno Príncipe é uma fábula que fala sobre solidariedade, desapego e amizade.
Se passa em um período de guerra, trazendo assim um momento de paz e esperança atraves da leitura.
A história começa revelando o cenário de um avião em pane que cai no deserto do Saara, e o qual o piloto (também o narrador) dorme durante um dia, sendo acordado por uma criança que lhe pede "desenha-me um carneiro". Nesse momento começa os relatos de fantasias de uma criança, mostrando a pureza e a ingenuidade que esses são contados.
A criança começa a contar sobre os setes planetas o qual visitou - contando com a Terra - e os motivos que o fizeram sair de seu planeta, aonde existia uma flor que o desiludiu, e considerou que ela era boba e exigente, ou seja,
egoísta e voluntariosa, tirando a tranqüilidade de seu pequeno mundo.
Nesses planetas ele conheceu criaturas estranhas, algumas tremendamente egoístas, outras
terrivelmente solitárias. Criaturas que muitas vezes eram muito sérias e que não tinham tempo para se importar com coisas pequenas o qual o pequeno principe pensava e falava.
A história constituia de personagens, os
quais nos levam a grandes reflexões: o rei; o contador; o geógrafo; o bêbedo; a
raposa, esta talvez seja a personagem mais conhecida; a rosa, o aviador entre outros.
Com essa busca por novos amigos e conhecer outros lugares, ele adquiriu experiência na Terra, ao perceber que apesar de existir muitas flores igual a que ele tinha em seu planeta, ela era muito especial e por isso era dever dele cuidar e protege-la, mesmo que ela fingisse não ama-lo.
Um dos personagens que mais gosto é a raposa, aonde na história ela ensina a criar laços, como cativar outra pessoa ou criatura.
Um pequeno trecho:
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as
galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço
um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um
barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar
debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá
longe, os campos de trigo?
Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram
coisa alguma. E isso é triste Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso
quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o
barulho do vento no trigo ...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me disse ela.
Por fim, após um incidente com a serpente o pequeno principe nos braços do aviador desaparece, como senão tocasse sequer a area no chão.
Trecho final:
Esta é, para mim, a mais bela paisagem do mundo, e também a mais triste. É a
mesma da página precedente. Mas desenhei-a de novo para mostrá-la bem. Foi aqui que o
principezinho apareceu na terra, e desapareceu depois.
Olhem atentamente esta paisagem para que estejam certos de reconhecê-la, se
viajarem um dia na África, através do deserto.
E se acontecer passarem por ali, eu lhes suplico que não tenham pressa e que
esperem um pouco bem debaixo da estrela ! Se então um menino vem ao encontro de
vocês, se ele ri, se tem cabelos de ouro, se não responde quando interrogam, adivinharão
quem é. Então, por favor, não me deixem tão triste; escrevam-me depressa que ele
voltou...
Muito boa a leitura, para todas as idades, li ele quando estava na primeira série e hoje já terminada uma faculdade tive o interesse de le-lo novamente, e realmente ele provoca o que se diz, nos fazer lembrar e criar novamente uma conexão com nossa infância e os desvaneios dos nossos pensamentos quando pequenininhos.
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