Bom dia, meu lindos!
Mais uma semana se inicia, e dessa vez resolvi começar com a coluna
Entrevistando o Autor. Nossa querida Lu Piras é quem nos dá a honra de falar um pouquinho sobre ela e seus livros. Desde já agradeço a Lu Piras que foi muito atenciosa. Espero que vocês curtam da mesma forma que eu.
Vamos lá...
Entrevistando o Autor:
Lu Piras
1. Faça uma “Sinopse” sobre você.
Sou romântica e sonhadora como as personagens dos meus romances. Gosto de viver o carpe Diem e acreditar que a beleza está nas coisas simples da vida. É por isso que procuro permear a minha narrativa de lirismo e otimismo. A minha essência está no que escrevo, por isso, se quiser me conhecer, vai me encontrar na Clara, na Alícia e nas entrelinhas.
2. Fale sobre Equinócio, narrando algo além do que já conhecemos na sinopse. Essa é a hora de provocar os leitores e instigá-los a ler sua obra.
Equinócio é um romance sobrenatural em que o leitor se identifica com os personagens, independentemente de eles serem sobrenaturais ou não. Os personagens são construídos de modo que o leitor sinta que faz parte do universo deles, que viva e experimente as sensações dos personagens como se eles existissem de verdade. Essa verossimilhança faz com que o natural e o sobrenatural se confundam durante a leitura e que possamos viajar, imaginar, esquecer que estamos lendo e que nada daquilo é real. Esse foi o objetivo principal da pesquisa que realizei antes de começar a escrever a história. Eu quis falar de anjos como seres celestiais reais e para isso estudei até algumas teorias físicas que tentam provar a existência desses seres. É por isso que acho Equinócio um livro interessante e completo,que vai além da trama sobre bem e mal, além do romance entre um anjo e uma mortal.
3. Suas expectativas como autor?
Minha maior expectativa no momento, além da satisfação de receber o carinho e o reconhecimento dos leitores, é de que toda a série seja publicada até o final de 2014. Neste momento, Equinócio – a Primavera, o primeiro livro, esgotou na 1ª edição e estamos indo para a 2ª edição em Março/Abril. O segundo livro, “Polaris – o Norte” será publicado pela mesma editora (Dracaena) em Maio/Junho.
4. Como nasceu a paixão pela literatura?
Minha paixão surgiu em algum momento da infância. Eu sempre gostei muito de ler, mas me entediava facilmente com as leituras mais complexas na época escolar. Quando a leitura deixou de ser uma obrigação para fazer provas e passar de ano, passei a ver a literatura de uma forma muito mais ampla, conheci gêneros literários com os quais me identifiquei e percebi que existia em mim uma grande vocação para dedicar-me à escrita. Desde a infância sempre gostei de escrever redações imensas e até os cartões de aniversário para amigos e familiares eram pequenos para mim. A criatividade e a vontade de dar outras vidas a personagens baseados em filmes que eu assistia e gostava, ganhou corpo quando eu ganhei uma máquina de escrever do meu avô. Essa máquina, uma Olivetti, realizou o meu sonho de escrever um romance de 100 páginas chamado “A Rosa” (não publicado). Acredito que minha paixão tenha nascido aí.
5. Em que autores e obras você costuma buscar inspiração?
Na literatura, posso citar Clarice Lispector (“A Hora da Estrela”) e Virginia Woolf (“As Ondas”), Machado de Assis e William Shakespeare e suas obras como inspirações. Cada qual com a sua grande importância na minha formação literária.
6. Alguma música marcou você e o ajudou na construção da história de Equinócio?
Muitas músicas! A música é um componente tão especial na minha escrita, que eu considero-a praticamente como uma personagem. Para Equinócio eu ouvi muito Angels On The Moon, do Thriving Ivory.
7. O que o livro lhe trouxe de experiência? E como foi escrevê-lo?
Com Equinócio eu aprendi a soltar a minha imaginação, a deixá-la voar bem alto, sem limites mesmo. Escrevê-lo foi um prazer tão grande e aconteceu de um modo tão natural e espontâneo que eu brinco dizendo que fui inspirada pelos anjos. Do contrário, não sei como conseguiria ter escrito mais de 1500 páginas (o total dos 4 livros da série) em apenas 7 meses. Lembro-me de esquecer compromissos, de deixar de almoçar com a família, de passar noites inteiras ao computador. Dediquei-me integralmente e deixei que me consumisse. Mesmo quando não estava diante do computador escrevendo, onde quer que estivesse estava sempre pensando no livro, sonhando acordada, vendo as cenas se desenrolarem na minha frente como num filme, dialogando com os personagens. É isso que eu amo na escrita, o poder que ela tem de nos aprisionar na nossa imaginação e nos libertar de nós mesmos.
8. Qual foi a primeira experiência escrevendo/lançando um livro?
Foi maravilhosa. Foi muito especial para mim que essa estréia literária tivesse sido com Equinócio – a Primavera, um livro que escrevi em um momento de mudança da minha vida, quando voltei a viver no Brasil depois de 7 anos vivendo em outro país. Eu não imaginei que a repercussão fosse crescer tanto, mas lutei muito por isso desde antes da publicação quando criei o blog literário e fiz a campanha através de uma petição online de assinaturas. Eu realmente acreditei em Equinócio e hoje vejo que tudo valeu a pena. Com o segundo livro, “A Última Nota”, escrito em parceria com o escritor Felipe Colbert, tive uma experiência completamente diferente, pois Equinócio já tinha aberto o caminho.
9. Alguns autores ainda enfrentam barreiras para publicar seus livros por editoras boas, mesmo que já vivamos anos de conquistas em nossa literatura nacional. Diga-nos como é, ou foi, sua trajetória para publicar seus livros.
Minha trajetória muitos conhecem, pois foi muito comentada na blogosfera literária. Vários autores entram em contato e dividem comigo suas expectativas e sua ansiedade na busca pela publicação, pois sabem que Equinócio foi publicado graças à campanha de divulgação que fiz através das redes sociais, dos blogs parceiros e da petição online. Essa campanha trouxe a Dracaena até mim. O sucesso de Equinócio trouxe o Felipe Colbert até mim. E o Felipe me deu a chance de publicar com ele na Novo Século. Eu sempre digo aos autores para persistirem, para acreditarem e terem paciência. Se a história é boa, estiver bem escrita e o autor estiver disposto a trabalhar em parceria com a editora, seu dia vai chegar. Eu acredito que os talentos são valorizados, mas é preciso dar o nosso melhor sempre.
10. Agora fale de você em relação às suas obras, tipo... o que tem de você nelas? Algum personagem que revele um pouco de sua personalidade (fale um pouco sobre essa personalidade)?
Minhas obras têm muito de mim e eu tenho muito de cada personagem que crio. Talvez a minha personagem mais marcante seja a protagonista de Equinócio – a Primavera: Clara. A Clara absorveu a minha fé, o meu otimismo e a forma como vejo o ser humano. Apesar de ela ser bem independente de mim (ela cresceu sozinha ao longo da trama) e de vivenciar a situação insólita de estar apaixonada por um anjo, ela mostra que em sua fragilidade humana é tão forte quanto um anjo com poderes sobrenaturais. Pois ela é capaz de amar, de ensinar a amar e de proteger esse amor sem comprometer seu livre-arbítrio.
11. Sobre seu próximo lançamento, que tipo de mensagem você quer passar aos leitores?
Meu próximo lançamento será Polaris – o Norte, o segundo volume da série Equinócio. Quem leu Equinócio – a Primavera ficou na expectativa de alguns acontecimentos e surpresas. Em Polaris muitas dúvidas serão desfeitas e novas irão surgir. O leitor vai descobrir que passado e presente vão se unir no destino de Clara. A mensagem principal continua a ser a mesma que Equinócio passou, a de que devemos ser fiéis aos nossos sentimentos e acreditar que a felicidade está nas nossas mãos.
12. Se não fosse escritor, qual carreira seguiria?
Eu estudo produção editorial. Essa é a área de que gosto. Trabalhar com livros, viver para e de livros.
13. Alguém já o criticou quando você disse “quero ser um escritor”?
Não. Minha família já me questionou se eu iria trabalhar para escrever, mas nunca se eu iria viver de escrever. Pois, ser um escritor é mais do que uma profissão. É um estilo de vida, é uma religião, é uma vocação, para além do que fazemos para ganhar dinheiro. A verdade é que eu sempre tive essa consciência, de que escrever não me daria a subsistência necessária para sobreviver. A preocupação maior da família será sempre no sentido de saber se teremos retorno desse trabalho, já que é uma arte e todo artista precisa lutar muito para obter reconhecimento. O meu retorno não é financeiro. O meu retorno é sempre um feedback, uma mensagem de um leitor. Porque eu escrevo por paixão.
14. Quais foram os livros que mais marcaram a sua vida? E os personagens?
O Pequeno Príncipe me marcou pela beleza na simplicidade, pela singeleza, pelo encanto das mensagens. O Diário de Anne Frank me marcou porque o li com 15 anos e me imaginei vivendo o que a Anne viveu, naquela tragédia do holocausto, e me senti privilegiada por ter nascido numa outra época, em um outro momento e com as oportunidades que tive paraviver a minha adolescência, de viver meu primeiro amor, de sonhar e poder ver esses sonhos se realizando. Outro livro que me marcou foi O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini, pela força e carga emotiva da história com a improvável amizade entre os personagens Amir e Hassan.
15. Do que você gosta: livro predileto? Autor? Personagem? Algum filme?
Não tenho um livro predileto. Tenho muitos livros de que gosto, como os que citei acima entre os que mais me marcaram. Um dos meus filmes preferidos é Cinema Paradiso.
16. O que a inspira na hora de escrever?
Eu busco inspiração em tudo. Costumo dizer que o ser humano é a minha maior inspiração, pois ao escrever sobre anjos (seres perfeitos, divinos), precisei observar melhor as nossas imperfeições. Minha inspiração vem também dos meus referenciais como carioca, nascida em uma cidade grande, cercada de gente, mas me sentindo sempre sozinha. Eu sempre fui de me isolar e, quando comecei a escrever, percebi o quanto isso é importante, mas que não podia deixar de conviver. Pois são as experiências que ganhamos com nossos relacionamentos que nos dão matéria para escrever. Essa troca está acontecendo muito mais hoje, depois da publicação de Equinócio, pois conheci muita gente do universo literário com quem troco ideias sobre livros e com quem aprendo a me tornar uma escritora mais completa. Filmes, pinturas, música e livros são essenciais. Se eu assistir a um filme de que goste muito, certamente minha cabeça vai pipocar de ideias. E o mesmo acontece com uma música. Eu posso criar todo um enredo na cabeça a partir de uma só música, letra ou melodia. A arte inspira a arte.
17. Fale sobre a capa do seu próximo lançamento? E deixe os créditos ao capista.
Ainda não vi a capa de Polaris – o Norte. Estou muito ansiosa para saber o que o César Oliveira para aprontar dessa vez. Ele me deu um grande presente com a capa de Equinócio – a Primavera, então minhas expectativas estão bem altas! Posso dizer que no briefing de capa, mencionei que no lugar dos jamins (um dos símbolos em Equinócio), uma rosa dos ventos seria bem apropriada.
18. Este espaço é seu. Diga o que quiser: agradeça, divulgue... Você decide.
Quem quiser conhecer um pouco mais do meu trabalho e sobre mim, será muito bem-vindo em meu site oficial: www.lupiras.com. Será um prazer adicioná-los e trocar ideias pelas redes sociais, por isso, fiquem à vontade para me adicionarem ao facebook (www.facebook.com/lupiras80 ) e ao twitter (LuPiras80). Alguns já conhecem o blog da série Equinócio, mas para quem não conhece, fica também o convite: www.equinocioaserie.com . No mais, estou sempre disponível e adoro fazer amizades, falar sobre livros e, claro, divulgar a blogosfera. Por isso, se tiverem blogs, me enviem o link. Eu vou conhecer e ajudar a divulgar com muito prazer.
19. Para as pessoas que estão começando a pensar em seguir o caminho da escrita, você tem alguma dica/conselho?
Quem deseja seguir o caminho da escrita deve pensar que é uma carreira que exige muita dedicação. Não é só o tempo que dispensamos no prazer de escrever. Temos que correr atrás de divulgar nosso trabalho, correr atrás de editora, correr atrás das livrarias. O escritor corre atrás o tempo todo. Quando comecei, eu não sabia que seria assim. Pensei que depois de publicar, fosse sossegar as divulgações e o corre-corre. Mas não. O trabalho aumenta muito. Conhecemos muitas pessoas, fazemos muitos contatos, somos convidados para muitos eventos e precisamos ter disponibilidade para isso, pois isso é importante, é o que nos torna conhecidos e o que valoriza ainda mais a carreira que construímos. Por isso, eu digo que é preciso ter força de vontade, disposição e paciência até os resultados aparecerem. Mas se você ama escrever, não desista. A cada recado dos leitores nos sentimos renovados e privilegiados pelo que fazemos. Toda vez que encontramos nosso livro nas livrarias, o coração bate forte. Toda vez que estamos diante do público que admira o nosso trabalho, sentimos que estamos no lugar certo. A cada dedicatória que escrevemos em um livro, é mais um registro de que nossos sonhos ganham asas quando acreditamos. É muito especial.
20. Eu agradeço muito a entrevista e peço que deixe uma mensagem para os leitores:
Andressa, foi um prazer compartilhar um pouco de mim, dos meus livros, do que eu sei com você e com os leitores do blog Leitura de Ouro. Muito obrigada pelo convite. Espero os leitores tenham gostado da nossa entrevista e que continuem a prestigiar a blogosfera literária. Esse lugar é a minha casa também, por isso me sinto à vontade para convidá-los a voltar ao blog. Tenho certeza de que a Andressa terá sempre muitas novidades literárias para dividir conosco!
Blog Lu Piras
Gente é isso aí, amei conversar um pouquinho com a Lu Piras e espero que vocês também.
Então, comente e me façam feliz :)
Andressa Santos
segunda-feira, 4 de março de 2013